Olá, pessoas!! A partir de hoje...vocês irão mergulhar no universo que permeia a nossa coleção de inverno! Como vocês já sabem... a Ateliê traz como tema a coleção Moda em Cena, onde as principais referências são os destaques cinematográficos que andaram de mãos dadas com a moda e até hoje nos deixam babando pelos figurinos incríveis!!
Vou começar falando um pouco de como esse elo moda-cinema iniciou e os principais estilistas que nos servem como inspiração.
Moda e cinema sempre andaram juntos. Moda também sempre foi o espelho dos grandes movimentos da humanidade, assim como das revoluções científicas, sociais, culturais e tecnológicas, sendo o cinema a grande vitrine dessas transfomações.
A indumentária (roupa) existe quase que desde o surgimento do homem. Surgiu por necessidade de proteção e com o tempo adquiriu o poder de diferenciar os nobres dos plebeus. Mas até o século XV as roupas não mudavam com frequência, eram sempre as mesmas modelagens e cores, diferenciavam apenas um povo do outro. Isso tudo mudou com o Renascimento, foi a partir dele que os trajes começaram a mudar com frequência. Antes do Renascimento além dos plebeus não poderem usar os mesmos tipos de roupas que a corte usava, existiam também leis que regulamentavam até a quantidade de tecido, ouro e pedras que uma roupa poderia ter. A moda propriamente dita surge quando os plebeus começam a querer imitar os nobres, que para fugir das imitações começam a mudar freqüentemente as suas roupas.
Com o avanço da tecnologia, e principalmente da comunicação, o mundo evoluiu e a indumentária também. Mas principalmente houve uma evidente evolução na rapidez com que a moda passou a ser disseminada, e essa rapidez ficou mais evidente com a invenção do cinema. Primeiramente por ser mais um meio de comunicação, e em segundo lugar por transformar a roupa e a vida das estrelas num objeto de desejo.
O cinema de início tinha como principais funções registrar acontecimentos e narrar histórias. Por ser um registro de imagens valioso, ele também é visto como uma das principais fontes de pesquisa de moda. De início a questão do figurino não era de tamanha relevância, mas a partir do momento em que os filmes passaram a ser produzidos mais cuidadosamente o figurino passou a ter uma grande importância tanto na função de acervo histórico como para dar realismo aos personagens da trama retratada.
Diretores e produtores sempre lançam mão do figurino parar afirmar um personagem, concedendo-lhe certa peculiaridade. Um clássico exemplo é a Grace Kelly que sempre usava trajes mais claros e luzes diretas, uma forma de "mitificar" a atriz e seus personagens.
A moda e o cinema tem um grande elo em comum, eles são vendedores de sonhos, o que chega a ser uma necessidade no mundo caótico atual. É por isso que o cinema com o tempo deixou de ser apenas uma referência de moda e comportamento para ser também a grande indústria vendedora de moda do mundo. O cinema se transformou numa vitrine almeijada pelas grandes marcas. A roupa da personagem do filme tornou-se um sonho de consumo.Porém sonho de consumo de uma forma de vida, e não apenas da roupa, que é exatamente o conceito que as grandes marcas de roupas tentam nos passar quando trabalham em conjunto com o cinema. Ao usar um vestido Givenchy, você não é apenas uma diva do cinema. Você é a Audrey Hepburn usando um Givenchy e olhando a vitrine da Tiffany's comendo uma rosquinha. As personagens de Hollywood são as principais fontes de pesquisa na hora que os estilistas poem sua criatividade à tona, sendo as mocinhas de Hitchcock as preferidas e mais imortalizadas pela moda.
A relação entre moda e cinema.
A combinação entre moda e cinema já é de longa data. Os estilistas sempre tiveram forte presença no mundo cinematográfico, entre eles: Chanel, Givenchy, Valentino e Georgio Armani. Algumas musas também foram inspiração para o elo entre moda e cinema: Katharine Hepburn, Greta Garbo, Edie Sedgwick, Audrey Hepburn, entre outras belas.
Greta Garbo
Sandy Powell, a figurinista já faturou 3 Oscars
Audrey Hepburn e Givenchy
A extrema elegância sempre foi a principal marca das coleções de Hubert de Givenchy, um francês reconhecido mundialmente por seu trabalho coerente e requintado.
A atriz Audrey Hepburn (1929-1993) traduzia o ideal de glamour que Givenchy queria para as suas roupas. Era a mulher perfeita para vestir sua criação, impecavelmente bem proporcionadas.
Hubert de Givenchy
Audrey Hepburn
"Eu trabalho mais sobre modelos vivos do que manequins de madeira. Os manequins vivos são fonte de inspiração. Audrey Hepburn encarnou, para mim, um ideal feminino, por suas proporções e também por sua imagem". Afirmou o estilista.
O guarda-roupa criado por ele, que vestiu Hepburn, para os filmes "Bonequinha de Luxo" (1961), "Cinderela em Paris" (1957) e "Sabrina" (1954), se tornaram exemplo de sofisticação clássica, com seus vestidos pretos e formas limpas. Este último chegou a ganhar o Oscar de melhor figurino, que era assinado por Edith Head - a designer mais requintada de Hollywood na época - a qual não deu devido crédito a Givenchy pelo famoso vestido de baile, usado por Audrey no filme.
Audrey Hepburn "Bonequinha de Luxo"
Edith Head e Milena Canonero
A figurinista americana Edith Head já fez mais de 500 filmes, recebeu 35 indicações ao Oscar e levou 8 estatuetas. Além disso, Edith criou a peça mais cara de Hollywood, o vestido com calda que Ginger Rogers usou no musical "Lady in the Dark".
Edith Head foi a principal figurinista dos filmes do mestre do suspense, o cineasta Alfred Hitchcock, entre os anos 50 e 60. Fez: Janela Indiscreta, Um Corpo que Cai, Ladrão de Casaca e Os Pássaros.
Edith Head
Ginger Rogers "Lady in the Dark"
Alfred Hitchcock
A italiana Milena Canonero foi a responsável por criar alguns dos mais incríveis figurinos e faturou pelo menos 3 estatuetas com filmes como "Maria Antonieta", "Carruagens de Fogo" e "Berry Lyndon" de Stanley Kubrick, com quem trabalhou ainda em "O Iluminado" e "A Laranja Mecânica". Milena criou os famosos "uniformes" usados pela gangue dos Droogies no filme de Kubrick, que acabaram se tornando uma inspiração para os punk's no final da década de 70.
Milena Canonero
Droogies "A Laranja Mecânica"
Stanley Kubrick
Piero Tosi
Os estilistas Valentino e Georgio Armani fizeram várias homenagens em suas carreiras ao figurinista Piero Tosi que trabalhou com os grandes diretores do cinema italiano como Luchino Visconti, Federico Fellini e Píer Paolo Pasolini. Tosi foi responsável por criar incríveis figurinos de época, entre eles Medea (1969) de Pasolini e Satyricon (1969) de Fellini.
Visconti
Fellini
Pasolini
"Medea" de Pasolini
"Satyricon" de Fellini
Edie Sedgwick, "Factory Girl"
Atriz americana, socialite, modelo e herdeira. Ela é conhecida como uma das musas da Factory de Andy Warhol. O verdadeiro sinônimo de "It Girl", chegando a ser nomeada pela Vogue a "Youthquaker". Tornou-se conhecida como "The Girl of the Year" (1965) depois de estrelar vários curtas de Warhol".
Sofria de anorexia e vários outros distúrbios mentais. Envolveu-se com Bob Dylan, sendo inspiração para a música "Just Like a Woman". Também foi amante de Hell's Angels e Jim Morrison. Edie era viciada em heroína e morreu de overdose no ano de 1971.
Em 2006, foi retratada no cinema por Sienna Miller no filme "Factory Girl" de George Hickenklooper.
Edie e Andy Warhol
Edie Sedgwick
Amanhã tem mais....beijooos.